O futebol feminino em Portugal tem tido um percurso cheio de desafios e avanços rumo à igualdade. Durante muito tempo, as mulheres foram discriminadas e invisibilizadas neste desporto, mas, nos últimos anos, a situação tem vindo a melhorar significativamente.

Apesar de a Federação Portuguesa de Futebol ter criado o primeiro campeonato nacional de futebol feminino em 1994, a verdade é que, durante muito tempo, o futebol feminino em Portugal não foi levado a sério. As equipas não tinham apoios financeiros nem acesso a infraestruturas adequadas, o que dificultava a realização dos treinos e dos jogos. Além disso, os jogos eram muitas vezes realizados em campos sem bancadas e sem respeito pelos horários marcados, o que fazia com que as jogadoras tivessem pouco público a apoiá-las.

Tudo isto acabou por ter reflexos na performance das equipas femininas portuguesas. Durante muitos anos, as jogadoras não tinham oportunidades para evoluir, competir e evoluir a sua técnica, o que originou resultados pouco satisfatórios.

No entanto, nos últimos anos, o futebol feminino tem-se revelado uma aposta cada vez mais forte em Portugal, e a situação tem vindo a mudar de forma rápida. O Campeonato Nacional de Futebol Feminino tem vindo a contar com mais equipas e a ter maior visibilidade, o que tem levado a um maior interesse por parte dos espectadores. Há ainda a destacar a participação da seleção portuguesa feminina de futebol em grandes competições internacionais, como o Campeonato Europeu de Futebol Feminino, em 2017, e o Campeonato do Mundo de Futebol Feminino, em 2019, que ajudaram a dar mais visibilidade ao futebol feminino em Portugal.

Além disso, vários clubes, como o Sporting Clube de Portugal e o S.L. Benfica, criaram equipas femininas e investiram na sua formação e promoção. Até mesmo o Futebol Clube do Porto, que durante muito tempo resistiu à criação de uma equipa feminina, já aderiu ao movimento, o que demonstra que a mentalidade em relação ao futebol feminino está a mudar.

Outra grande conquista das jogadoras de futebol feminino em Portugal foi a aprovação de uma lei que garante a igualdade de género no acesso a instalações desportivas, em 2018. Esta lei prevê que as mulheres tenham acesso a espaços desportivos em igualdade de condições com os homens, o que é essencial para o desenvolvimento do futebol feminino em Portugal.

No entanto, apesar das mudanças positivas, ainda há desafios a enfrentar no futebol feminino em Portugal. A falta de apoios financeiros continua a ser um dos maiores obstáculos. Muitas equipas femininas são mantidas à custa da boa vontade dos dirigentes e dos patrocínios obtidos, o que gera dificuldades na organização dos jogos, na contratação de treinadores e na formação de jogadoras.

Além disso, o preconceito e a discriminação ainda são realidades que afetam o futebol feminino em Portugal. As jogadoras ainda são muitas vezes alvo de comentários machistas e sexistas, e muitas vezes não têm as mesmas condições de trabalho que os jogadores masculinos.

Para combater estes desafios, é essencial continuar a promover o futebol feminino em Portugal, investir na formação de jogadoras, criar mais competições e aumentar a visibilidade das jogadoras. É preciso ainda combater o preconceito e a discriminação, reconhecendo a igualdade de género nos clubes desportivos e nos órgãos que regulam e promovem o desporto em Portugal.

Em suma, o futebol feminino em Portugal tem vindo a atravessar uma fase de grandes mudanças e evolução, mas ainda há muito a fazer para torná-lo uma realidade plenamente igualitária e justa. É preciso continuar a trabalhar para dar às jogadoras as mesmas oportunidades e condições que são concedidos aos jogadores masculinos, para que o futebol feminino em Portugal possa brilhar ainda mais.

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